O grande número de demissões na Sony e o anúncio de projeções desanimadoras pela Samsung Electronics marcam o que muitos vêem como o início de um longo inverno para um dos setores essenciais da economia asiática e novas más notícias devem surgir nas próximas semanas.
A Sony tornou-se nesta terça-feira a mais conhecida empresa de tecnologia da região a anunciar demissões em níveis consideráveis, com 8 mil cortes em sua força de trabalho e reduções na produção que representarão economia de custos da ordem de 1,1 bilhão de dólares.
Horas antes, a rival Samsung, outra dos pesos-pesados da tecnologia, anunciou que está reduzindo metas de vendas, investimentos e lucro, em reflexo da situação desfavorável da economia mundial.
“A crise está apenas começando”, disse Joseph Lau, economista do Credit Suisse. “É improvável que ela chegue ao fundo antes de mais dois ou três trimestres, e provavelmente durante todo esse período teremos outras empresas reestruturando suas forças de trabalho e sua saúde financeira geral.”
Os problemas da Sony e da Samsung representam alguns dos mais fortes sintomas apresentados até agora em meio à série ininterrupta de alertas de lucratividade e de medidas de corte de custos das empresas mundiais de tecnologia, entre as quais Intel, Infineon, STMicroelectonrics e Texas Instruments.
A maioria delas evitou fazer grandes cortes de pessoal até o momento, muitas vezes optando por outras medidas de corte de custos. Mas muitas podem em breve ver suas opções esgotadas e ter de seguir o mesmo caminho da Sony, dada a queda profunda na demanda por seus produtos nos importantes mercados dos Estados Unidos e da Europa.
“Se não houver recuperação na demanda durante o Natal e no feriado do Ano-Novo chinês, as empresas de tecnologia realmente terão de pensar em como conseguirão sobreviver”, disse Karen Lin, administradora de fundos na Paradigm Asset Management, de Taiwan.
Até o momento, empresas de tecnologia de todos os portes —muitas das quais já deficitárias— conseguiram evitar demissões em lugares como Coréia do Sul, Japão e Taiwan, onde cortes como esses são problemáticos e muitas vezes passam sem anúncio quando acontecem.
Reuters
Doug Young