O Ibope/NetRatings passa a medir, em janeiro, a audiência das páginas da web visitadas em ambientes corporativos no Brasil. Hoje, essa medição é feita apenas com base nos acessos domiciliares e nos locais públicos. Os dados devem ser disponibilizados ao mercado a partir do segundo trimestre do ano que vem, depois de um período de testes. O Ibope aponta que o País tem hoje cerca de 40 milhões de internautas ativos. No ambiente domiciliar, foram contabilizados, em agosto, 24,3 milhões de internautas ativos, que gastaram 23,5 horas de seu tempo navegando.
De posse dos números agregados, a expectativa é que se tenha uma visão mais ampla e real do comportamento do usuário brasileiro de Internet, possibilitando melhor planejamento das empresas para as suas estratégias de publicidade e marketing. Este ano, até agosto, o meio recebeu cerca de R$ 450 milhões do mercado publicitário, o que significa 3,37% do total investido em mídia. Os números representam um crescimento de 45% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo a CEO do Ibope/NetRatings, Fábia Juliasz, será empregada na medição corporativa a mesma metodologia do painel domiciliar. “Vamos somar as duas medições”, diz Fábia. Ao mesmo tempo será possível analisar as diferenças na forma de uso em cada ambiente. “Haverá uma visão muito mais ampla sobre o que o usuário prefere no ambiente domiciliar e no corporativo.” Medição semelhante já é feita pela Nielsen/NetRatings – sócia do Ibope/NetRatings – em mercados como o dos Estados Unidos, da Alemanha, da Inglaterra e do Japão.
De acordo com o presidente internacional da Nielsen Online, Jonathan Carsen, os clientes brasileiros terão diversos benefícios com o novo serviço. “Como parte significativa do uso da Internet no país ocorre no local de trabalho, teremos um retrato mais completo desse universo”, afirma. Segundo ele, os números de audiência em algumas categorias, como notícias e finanças, terão aumento significativo. “Constatamos em outros países que os usuários visitam esses locais com freqüência durante as horas de trabalho”, diz Carsen.
Ele afirma ainda que o uso da banda larga é mais freqüente no ambiente corporativo, e que a pesquisa poderá fornecer dados mais aprofundados sobre o uso de meios de valor agregado, como os vídeos. “Poderemos ainda fornecer melhores medidas de fidelidade, comparando a duplicação de visitas no ambiente corporativo e no domiciliar.”
Segundo Carsen, em outros mercados onde foi lançada essa tecnologia pode-se notar que os grandes clientes foram beneficiados ao perceber de uma maneira mais ampla o comportamento do usuário de Internet. “Estamos confiantes de que esse será o caso no Brasil”, afirma.
Para Paulo Castro, conselheiro do Interactive Advertising Bureau (IAB) e diretor geral do Terra Brasil, ter mais conhecimento sobre a audiência é essencial para dar mais informações ao mercado e defender melhor os investimentos publicitários. “O mercado online cresceu mais de 40% nos três primeiros trimestres do ano e deve manter o crescimento a taxas de 30% pelos próximos cinco anos”, diz Castro. “As vendas de computadores e o acesso à banda larga têm aumentado de maneira vigorosa, e o mercado publicitário está atento a isso.”
Castro afirma que, além do consumo de notícias durante o horário de trabalho, muita gente aproveita o acesso à rede no ambiente corporativo para o comércio eletrônico. “Isso poderá ser bem medido agora, beneficiando a formulação das estratégias dessas empresas”, diz.
Redação Terra
Vagner Magalhães