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Com “otimismo cauteloso”, Telefônica mantém projetos para 2009

A Telefônica decidiu adotar uma postura de “otimismo cauteloso” em relação a 2009, ao descartar redução ou adiamento de investimentos.

Para o vice-presidente de planejamento estratégico da companhia, Maurício Giusti, “o Brasil ainda tem um potencial importante” para crescer em telecomunicações e, por isso, deve sofrer menos com a crise financeira global.

Segundo ele, a empresa “não fez nenhuma revisão de investimentos” e deve manter todos os projetos previstos para o próximo ano.

Ele explicou a jornalistas, durante o Fórum Telequest, nesta sexta-feira, que o orçamento ainda não está fechado, mas o volume a ser investido “deve ficar no mesmo patamar de 2008”, de algo como 2 bilhões de reais.

Giusti lembrou que parte dos investimentos da companhia está atrelada ao dólar e que a oscilação cambial–ou a manutenção de alta na moeda norte-americana–pode afetar o volume de recursos necessários.

O projeto de implantar fibra óptica diretamente na casa dos clientes (conhecido pela expressão Fiber To The Home, ou FTTH), é um deles, já que a tecnologia é nova e os equipamentos usados são todos importados.

“Essa tecnologia é nova mesmo mundialmente. Em todo o grupo, o Brasil é o segundo país a adotar, depois somente da Espanha”, citou o vice-presidente.

Segundo o executivo, as negociações entre a operadora e os fornecedores de equipamentos estão acontecendo “todos os dias” diante da instabilidade do dólar.

Até o momento, no entanto, disse ele, nenhum cronograma foi alterado.

EMPRESA EVITA FALAR DE TIM

Questionado sobre as notícias veiculadas nesta semana, que diziam que a Telecom Italia pode avaliar a venda da operação brasileira da TIM e que a Telefônica seria uma das candidatas, Giusti disse que “nossa operação (no Brasil) é totalmente independente” da empresa espanhola, que detém uma participação indireta na Telecom Italia como acionista do consórcio Telco.

Ele reiterou que a operadora brasileira “não tem nenhum posicionamento e não vai especular sobre essas notícias”.

O conselho de administração da Telecom Italia tem uma reunião no dia 2 de dezembro e, no dia seguinte, o presidente-executivo Franco Bernabe deve apresentar sua proposta estratégica aos investidores e analistas.

A companhia tem uma dívida de 37 bilhões de euros e, segundo reportagem de um jornal italiano, pode avaliar a venda de sua operação de telefonia fixa na Itália ou até a venda da TIM no Brasil.

Fontes próximas à companhia, no entanto, informaram à Reuters que a TIM vai ser discutida porque passou por um amplo processo de reestruturação neste ano. No terceiro trimestre ela conseguiu reverter o prejuízo com números positivos na última linha do balanço, mas perdeu a segunda posição em número de clientes para a Claro em setembro.

SÃO PAULO (Reuters)

(Por Taís Fuoco, Edição de Renato Andrade)

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