Acompanhe a história por trás de algumas das mulheres matemáticas, engenheiras e cientistas da NASA.
Barbara Canright, conhecida como “Barby”, se juntou ao JPL – Jet Propulsion Laboratory (Laboratório de Propulsão a Jato – um centro tecnológico da NASA) em 1939. Como a primeira mulher “computador,” seu trabalho era calcular qualquer coisa, desde quantos foguetes era preciso para fazer um avião a jato voar até quais tipos de propulsores eram necessários para impulsionar uma nave espacial. Esses cálculos e eram feitos á mão, com papel milimetrado e lápis, às vezes levando mais de uma semana para preencher e completar entre 6 a 8 cadernos com dados e fórmulas.
Depois do ataque em Pearl Harbor, seu trabalho, junto com a equipe onde a maioria eram homens, teve um novo significado – o exército precisava colocar no ar um bombardeiro de aproximadamente 6300kg. Ela foi responsável por determinar a relação impulso-peso e comparar a performance dos motores sob várias condições. Dado o tamanho do trabalho, mais “computadores” foram contratados, incluindo três mulheres: Melba Nea, Virginia Prettyman e Macie Roberts.
Macie Roberts era 20 anos mais velha que os outros computadores do laboratório. Chegando na engenharia mais tarde na vida, meticulosa e direcionada, foi subindo os níveis e se tornou supervisora em 1942.
Quando teve a tarefa de montar seu time, ela teve a decisão de contratar apenas mulheres, acreditando que homens poderiam enfraquecer a coesão do grupo a não poderiam aceitar muito bem ter uma mulher como chefe.
Roberts estabeleceu um precedente para futuras supervisoras, que fizeram seu trabalho de contratar somente mulheres, muitas vezes dando chance para jovens mulheres recém graduadas.
Helen Ling era uma supervisora que seguiu os passos de Roberts.
Ling contratava ativamente mulheres que não tinham educação em engenharia, encorajando elas a frequentarem a faculdade durante a noite.
Num tempo onde licença maternidade não existia, uma gravidez poderia ser prejudicial na carreira de uma mulher. Isto fez com que supervisoras como Ling pensassem fora da caixa. Muito a frente do seu tempo, ela ofereceu para suas funcionárias sua própria versão de licença maternidade não remunerada, recontratando as mulheres que precisavam sair do trabalho pra terem seus filhos.
Barbara Paulson começou a trabalhar no JPL em 1948, onde calculava direções de foguete todos os dias. No dia 31 de Janeiro de 1958, ela desempenhou um papel importante no lançamento histórico do satélite construído pela JPL – Explorer 1, o primeiro satélite lançado com sucesso pelos EUA. Ela era responsável por traçar os dados recebidos pelo satelite e de uma estação de rastreamento de rede. Foi Barbara e seus colegas computadores humanos que traçaram a entrada dos Estados Unidos na Corrida Espacial.
Barbara deixou o JPL para ter sua primeira filha, e graças a licença maternidade não oficial de Ling, retornou em 1961.
Em 1950, NASA estava começando a trabalhar com o que hoje conhecemos como computadores – mas a maioria dos engenheiros e cientistas homens não confiavam nessas máquinas, acreditando que não tinham a mesma credibilidade em comparação aos cálculos humanos.
Dispensando a programação por ser “trabalho de mulher,” os homens deram os novos IBMs para as mulheres do JPL , fornecendo a elas uma oportunidade única de aprender e trabalhar com códigos, computadores. E com nenhuma surpresa, os primeiros programadores de computador do JPL foram mulheres. Elas ficaram ligadas mais especificamente ao IBM 1620, apelidado de CORA.
Formada em 1953 em engenharia química na Universidade da Califórnia, Janez Lawson tinha as notas, graduação e inteligência para ter qualquer emprego que ela desejasse. O problema? Sua raça e gênero.
Ela respondeu ao anúncio de emprego do JPL “Precisa-se de computadores” onde especificava “nenhuma graduação necessária,” que ela reconheceu como programação pelo “mulheres podem se candidatar.” Mesmo não sendo uma posição na engenharia, poderia colocá-la no laboratório.
Macie Roberts e Helen Ling já estavam trabalhando no JPL ativamente recrutando jovens mulheres para calcular dados, e Janez Lawson se encaixava.
Lawson foi a primeira negra a trabalhar em um cargo técnico no laboratório JPL. Com a vantagem dos computadores IBM a sua disposição, e com o encorajamento de sua supervisora para continuar os estudos, Lawson foi uma das duas pessoas enviadas para uma escola de treinamento especial da IBM para aprender como operar e programar computadores.
Um notável grupo de mulheres negras, trabalhando no que se tornaria o Centro de Pesquisas Langley da NASA em Virginia, estavam quebrando as barreiras raciais e de gênero.
Dorothy Vaughan entrou no time em 1943. Já tendo que andar na seção das “pessoas de cor” no ônibus, foi colocada para trabalhar na área dos “computadores de cor”. Em 1951, Dorothy se tornou a primeira Supervisora negra no Langley e começou, como suas colegas de trabalho, a contratar mulheres. No mesmo ano, Mary Jackson entrou no time, trabalhando no projeto do túnel supersônico de pressão onde testava os dados dos experimentos do túnel de vento e vôos.
Katherine Johnson – que foi premiada com a medalha presidencial da liberdade em 2015 pelo presidente Barack Obama – Se juntou ao time de Langley em 1953. Física, cientista espacial e matemática, Katherine forneceu os cálculos para histórico primeiro vôo de Alan Shepherd até o espaço, John Glenn orbitar a terra e a trajetória para o pouso na Lua da Apollo 11.
Um dos primeiros computadores humanos ainda trabalha no JPL.
Com 81, a funcionária mais antiga da NASA, Sue Finley foi contratada em 1958 para trabalhar com cálculos de trajetórias de lançamentos de foguetes, hoje em dia é uma engenheira de subsistema e testes de software. Ela está trabalhando atualmente na missão para Jupiter. Seu legado, assim como dos outros computadores humanos, está literalmente escrito nas estrelas.
Foram os cuidadosos e precisos cálculos feitos à mão dessas mulheres que enviaram Voyager para explorar o sistema solar, escreveram os programas em C e C++ que lançaram o primeiro Mars Rover e ajudaram os EUA a colocar o homem na lua.
Apesar de raramente vistas nas famosas fotos do controle de missão da NASA, as computadores humanos contribuíram imensuravelmente para o sucesso do programa espacial dos Estados Unidos.
Referências:
Por: Victor H.