Em funcionamento há pouco mais de um mês, a primeira usina fotovoltaica instalada em prédio residencial de Cuiabá zerou o consumo de eletricidade distribuída pela Energisa e reduziu o valor da fatura do condomínio em mais de 98%. No Edifício Apoena, localizado no Jardim Itália, a iniciativa foi adotada para toda a área comum, derrubando a conta de R$4.400 para R$84,73, preço correspondente às taxas obrigatórias de disponibilidade de rede e iluminação pública.
Com potência de 42.84 KWp e produção média de 5.500 KWh/mês, a unidade abastece portaria, elevadores, área de lazer, cerca elétrica e iluminação externa. É o que conta o diretor de engenharia Fábio Wolf, da Flowlight, empresa responsável pelos estudos de viabilidade e instalação das placas solares na edificação. Considerando a drástica redução na fatura, o investimento é pago em três anos e meio. A vida útil das placas é de 25 anos e a dos inversores, de 10.
Ao Agro Olhar ele explicou que, da assinatura do contrato até o funcionamento do sistema, são estimados 60 dias de trabalho, incluindo a avaliação do consumo, homologação da usina junto à concessionária e a montagem do equipamento. Este último procedimento dura cerca de uma semana e não oferece incomodo aos moradores. A partir daí, o excedente de energia gerado é injetado na rede da Energia, criando assim um crédito com validade de 60 meses.
Na Capital, condomínios horizontais e estabelecimentos comerciais já aderiram à proposta, como no caso da Hygia, farmácia de manipulação na região central. Lá o preço da energia caiu de R$ 2.800 para R$ 84,00 após a adoção da usina. “Já montamos em imóveis comerciais e residências, ligados a rede de baixa tensão, há mais de anos. Mas a solução também é viável para empreendimentos de alta tensão, como shoppings, indústrias e hospitais”, diz o engenheiro eletricista.
Não é à toa que o setor ruma contra as dificuldades da crise econômica enfrentada pelo país e apresenta crescimento de 300% nos últimos anos. Além da economia e da popularização das usinas solares, o mercado conta com a recente instalação de indústrias de placas solares no Brasil, além de linhas de financiamento de até 60 vezes para os clientes. Há ainda isenção de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) tanto para o aparelho, quanto para a troca de energia.
Como funciona
O sistema conta com placa, inversor, conexão e medidor para gerar energia fotovoltaica. O excedente então é injetado na rede da distribuidora de energia elétrica, criando assim um crédito junto à fornecedora. Se não forem compensados no local, os créditos poderão ser utilizados para compensar o consumo de outros locais desde que cadastrados para esse fim e com o mesmo titular seja para pessoas físicas ou empresas. Este procedimento é regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
É possível ainda fazer a transferência dos créditos excedentes entre propriedades onde a conta de luz esteja sobre o mesmo CPF/CNPJ ou CPFs/CNPJs diferentes, desde que firmado em contrato. O usuário pode fazer isso através de cooperativas e consórcios sendo possível reunir um grupo e construir um gerador de energia solar maior, dividindo a produção. A opção se aplica a condomínios, onde a energia pode ser usado em áreas comuns e divida entre as contas de luz dos moradores.
FONTE:
Olhar Direto